quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

MEMÓRIA DE MACHACALIS - Didi e Pedro disseram "sim" na antiga Capela de São Sebastião


Didi, a noiva,  na flor e inocência dos seus 17 anos de idade, chegou à capela de São Sebastião em uma charrete enfeitada com arcos de flores.  Pela mesma estrada de terra seguiu o noivo, Pedro,  dez anos mais velho, que foi da fazenda onde morava em um cavalo tão branco quanto o terno engomado e o chapéu que usava. 

Era início dos anos 1950 no povoado de São Sebastião do Norte,  região povoada pelos índios Maxakali, onde povos baianos fugindo da seca e mineiros oriundos do Vale do Jequinhonha se juntaram na luta pela sobrevivência .  

Os noivos disseram "sim" para uma união que seria eterna, 62 anos até o primeiro desencarne.

A capela ficava na rua que sobe para o cemitério, quase esquina com a antiga Rua do Meio, hoje Rua João Gonçalves, perto da ladeira que desce para a Praça do Pirulito.

Em 4 de maio de 1960, uma multidão se formou onde hoje é a Praça da Matriz,  à espera do bispo Dom José Maria Pires, para a bênção solene da atual Matriz de São Sebastião. 

O templo  religioso foi construído com os próprios recursos do povo, que se uniu carregando pedras na cabeça,  em sinal de penitência. Da Fazenda de Pedro saiu a madeira para o forro da igreja.

Ainda não existia a Casa Paroquial ao lado. O bispo e a sua comitiva ficaram hospedados "em residência da religiosa e piedosa Dona Delmira Martins",  tia de Didi, conforme relatos no encarte da comemoração do 50° aniversário sacerdotal do padre Frei Peregrino Loerakker. 

O religioso, natural da Holanda,  chegou ao povoado em 23 de outubro de 1939 para ocupar o lugar do antecessor,  Frei Letâncio Vaske. 

Na foto abaixo, Didi e Pedro em 1952, em uma das inúmeras romarias a Bom Jesus da Lapa, levando a primogênita Neuza, que estava para nascer, para ser abençoada pelo Senhor do Bonfim da Bahia. 




Construção da Matriz de São Sebastião do Norte 









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